O que é Onboarding e como utilizar essa estratégia na sua empresa

Sumário

O conceito de Onboarding não é recente, mas apenas nos últimos anos é que ele passou a ser mais comum no mundo corporativo. Em tradução literal, esse termo apresenta a ideia de “embarcar”, trazendo consigo uma nova perspectiva de que a integração inicial do colaborador em uma empresa é um ponto de atenção estratégico que precisa de um planejamento adequado.

Se antes tínhamos um setor de Recursos Humanos que era apenas operacional e organizações que colocavam o colaborador para exercer sua nova função desde o primeiro dia, sem nenhum apoio à aprendizagem, hoje temos uma visão totalmente diferente que subverte esses papéis. 

Nesse sentido, a Gestão de Pessoas é hoje um dos pilares da estratégia de uma empresa, e um dos recursos mais valorizados que temos agora é o capital humano, ou seja, as pessoas que fazem o negócio acontecer. 

Então, para começar a atender a esse novo modelo estratégico, vêm sendo implementadas novas formas de lidar com as pessoas em todos os momentos da jornada do colaborador. Um de seus pontos é justamente o momento pós-contratação, quando o indivíduo começa a fazer parte da equipe e tem o seu primeiro contato com a função para que foi designado.

Essa integração do profissional à empresa passou a ser guiada muitas vezes pelo que chamamos de onboarding corporativo. Esse é o momento de apresentar a ele o ambiente, o time, os valores da organização e, claro, causar uma boa primeira impressão.

E, para atingir esse objetivo, o onboarding precisa ser entendido como um processo verdadeiramente estratégico, para além de uma simples integração de novos colaboradores.Com toda essa importância, você vai ver neste artigo como você pode tornar o seu processo de onboarding mais assertivo e promover todos os seus benefícios em sua organização.

Os 4 Cs do onboarding

A professora americana Talya Bauer definiu quatro pilares do onboarding de qualidade, os quais ela chamou de “4 Cs”. Eles são direcionamentos que facilitam a estruturação do processo abrangendo todos os seus pontos importantes:

  • Conformidade: Apresentar as regras e regulamentos da organização.
  • Clarificação: Esclarecer ao colaborador suas atividades de trabalho e o que se espera dele na função.
  • Cultura: Englobar o profissional nas práticas formais e informais da organização.
  • Conexões: Apresentar e promover as relações interpessoais que fazem parte do cotidiano daquele novo colaborador.
Benefícios do onboarding

Embora seja uma tendência, o onboarding ainda não é praticado por muitas organizações. Isso acontece, geralmente, por uma falta de conhecimento dos benefícios que ele pode promover.

E quais são esses benefícios?

Primeiro, temos uma clara redução de barreiras entre o profissional recém-contratado e o seu contratante. Isso abre diversas portas comunicativas que permitem um alinhamento mais preciso de objetivos.

Da mesma forma, a comunicação entre pares e com os gestores também se torna mais fácil quando há um acolhimento inicial, principalmente porque a criação de conexões é um dos pilares desse processo.

Outra vantagem de um programa de onboarding bem estabelecido é o um crescimento de até 70% da produtividade, tanto pela formação de conexões mais efetiva quanto pelo maior engajamento do novo colaborador!

E, falando em engajamento, esse é outro dos benefícios que o onboarding pode trazer, já que ele é responsável por inserir o profissional como parte importante das atividades da organização.

Vendo-se como elemento indispensável do processo, o colaborador passa também a compartilhar dos mesmos objetivos do time. Isso inclusive é uma forma de aumentar a motivação para o trabalho.

E todos esses benefícios levam a um fortalecimento da cultura organizacional e dos seus propósitos, já que todas as pessoas envolvidas estão alinhadas em metas e comportamentos, que foram previamente apresentados e absorvidos durante o onboarding.

Essa unidade tem como consequência uma redução considerável da rotatividade, a partir de uma retenção dos melhores talentos, que passam a querer permanecer numa organização que os acolhe tão bem e os valoriza como parte relevante da equipe.

Os 5 passos de um onboarding estratégico

O planejamento de um onboarding pode ser feito da maneira como o RH entender mais relevante para sua organização, mas sugerimos que ele seja dividido em 5 etapas, para que seja pensado a partir de um raciocínio estratégico.

  1. Preboarding: Corresponde ao primeiro contato do colaborador com a empresa entre a contratação e o início de suas atividades de fato. É o momento de começar a criar uma conexão. Por isso, além de solicitar formulários e documentos, você pode enviar um kit de boas vindas e propor dinâmicas, como apresentação nos canais de comunicação da equipe.
  2. Onboarding inicial/boas vindas: Resume-se aos primeiros dias ou à primeira semana de atuação do colaborador. Aqui, o RH e o líder devem reservar um tempo para apresentar o espaço, a cultura e as regras da organização.
  3. Treinamento específico do time: Após a apresentação inicial, é o momento de introduzir o novo membro à equipe e começar a treiná-lo para sua função. É importante que haja um acompanhamento de perto, pois esse é o ponto em que o profissional começa a fazer suas primeiras contribuições. Sem o apoio necessário, ele pode se sentir desmotivado desde o princípio.
  4. Mentoria e aclimatação: Com um certo tempo de atuação, chega a hora em que o colaborador começa a contribuir com o time de forma independente. Então, para melhorar essa evolução, é interessante que ele seja acompanhado por um mentor, que não necessariamente irá supervisionar suas atividades, mas estará disponível para o esclarecimento de qualquer dúvida que possa surgir nesse caminho.
  5. Desenvolvimento: Finalmente, o colaborador passa a realmente interferir nos indicadores do negócio a partir da sua performance, que precisa ser suficiente para validar seu período de experiência. Por isso, a última etapa do onboarding consiste em construir um plano de desenvolvimento profissional, para que ele contribua de forma positiva com os resultados e garanta também o seu crescimento pessoal.
Dicas para melhorar ainda mais seu onboarding!

Como você pode perceber, o onboarding é um processo totalmente personalizável, mas que deve ser pensado de forma estratégica para contribuir com os resultados da organização desde a contratação de um novo colaborador.

Então, além de seguir os pilares e os passos listados acima, você também pode prezar por algumas práticas que fazem com que esse momento inicial seja uma experiência de grande aproveitamento para o profissional e a organização.

Lembre-se sempre de valorizar seu público-alvo, demonstrando cuidado e mantendo uma comunicação aberta e fluida. E, falando em comunicação, procure também explorar diferentes formatos de transmissão de informaçõesA partir disso, utilize essa comunicação também para esclarecer os objetivos do negócio e alinhar expectativas de ambos os lados.

Uma outra dica interessante é implementar a gamificação no seu onboarding, que pode aumentar muito o engajamento dos novos membros e criar uma visão de organização moderna, que preza por ações dinâmicas.

Agora, falando no que deve ser evitado, tente não sobrecarregar o novo colaborador com uma quantidade muito grande de informações. Vá aumentando a complexidade aos poucos, à medida que ele vai se adaptando ao novo ambiente.

E, por último, mas não menos importante, sempre peça feedbacks das pessoas que fazem parte desse processo. Assim, você será capaz de melhorar cada vez mais a forma como planeja o seu onboarding, entendendo o que funciona na prática e o que não faz sentido para esse momento.

 

Se você gostou desse conteúdo, não deixe de conferir o curso de Onboarding e Integração de novos colaboradores para aprender de forma prática a aplicar uma estratégia assertiva nesse processo e aumentar a retenção de talentos na sua empresa!

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