Iniciar um empreendimento é um desafio que exige não apenas uma visão clara, mas também um planejamento estratégico. Além de desenvolver ideias, escolher um ponto comercial e conhecer os custos, é fundamental planejar o futuro da empresa.
Para minimizar riscos, a elaboração de um plano de negócios é indispensável. Esse documento é a ferramenta ideal para traçar um panorama do mercado, produtos e postura do empreendedor.
Nele, são apresentadas informações detalhadas sobre o setor, clientes, concorrentes, fornecedores, além de uma análise dos pontos fortes e fracos do negócio, o que ajuda a avaliar a viabilidade da ideia e a gestão da empresa.
O que é um plano de negócios?
Um plano de negócios é um documento formal que descreve detalhadamente um negócio. É como um mapa que guia o empreendedor desde a concepção da ideia até a gestão diária da empresa. Ele serve para organizar informações, definir metas e estratégias, e atrair investimentos.
Em resumo, um plano de negócios responde a perguntas como:
- Qual é a minha ideia de negócio?
- Quem são meus clientes?
- Quais são meus concorrentes?
- Como vou vender meus produtos ou serviços?
- Quanto dinheiro preciso para iniciar o negócio?
- Quando espero ter lucro?
“Um plano de negócios não garante o sucesso, mas sua ausência pode aumentar drasticamente as chances de fracasso. É um roteiro que você usa para testar ideias, ajustar estratégias e garantir que você não está apenas reagindo ao mercado.” — Guy Kawasaki, autor e empreendedor.
Por que criar um plano de negócios?
O plano de negócios é essencial tanto para quem está iniciando quanto para quem busca expandir um empreendimento. Embora esse planejamento não elimine totalmente os riscos, ele ajuda a evitar erros decorrentes da falta de análise e reduz as incertezas, proporcionando maior segurança ao desenvolvimento do negócio.
Além disso, a ferramenta também pode ser benéfica para alcançar seus objetivos de longo prazo. Confira!
- Organização e foco: ajuda a organizar as ideias e a definir claramente os objetivos do negócio.
- Atração de investimentos: é fundamental para convencer investidores a apoiar sua ideia.
- Tomada de decisões: serve como base para a tomada de decisões estratégicas.
- Gerenciamento do negócio: permite acompanhar o desempenho do negócio e fazer ajustes quando necessário.
- Minimização de riscos: ajuda a identificar e mitigar os riscos do negócio.
Como montar seu plano de negócios passo a passo?
Para facilitar a elaboração do plano de negócios, recomenda-se dividir o documento em partes. Abaixo, apresentamos os passos que devem ser seguidos. Acompanhe!
Passo 1: sumário executivo
O sumário executivo é a porta de entrada para o seu plano de negócios. É como um resumo completo e persuasivo de todo o documento, apresentando de forma concisa e clara a essência da sua ideia. Pense nele como um “elevator pitch” (apresentação rápida), aquela que você faria para um investidor em um elevador.
O que incluir no sumário executivo:
- Ideia central do negócio: qual problema você está resolvendo ou qual necessidade você está atendendo?
- Descrição do produto/serviço: o que você está oferecendo de forma clara e concisa?
- Mercado-alvo: quem são seus clientes ideais?
- Diferencial competitivo: o que te diferencia dos seus concorrentes?
- Modelo de negócio: como você vai gerar receita?
- Projeções financeiras: quais são seus objetivos financeiros?
- Equipe: quem são as pessoas por trás do negócio e quais são suas qualificações?
- Recursos necessários: quais recursos você precisa para iniciar e manter o negócio?
Passo 2: análise do cliente e do mercado
A seção de análise do cliente e do mercado fornece dados concretos que mostram a existência de um nicho que sua empresa pode explorar. Essa análise serve como base para o seu plano de marketing e vendas.
Na prática, os principais componentes da análise de mercado e do cliente são:
1. Segmentação de Mercado
Segmentar o mercado é essencial para focar nos clientes que realmente importam. Essa prática envolve identificar quais grupos de pessoas seu negócio vai atingir, suas características em comum e como você pode alcançá-los.
O objetivo dessa ferramenta é demonstrar que o público escolhido é o que proporcionará o maior retorno financeiro e deve ser o foco dos esforços da empresa.
Segmentar o mercado significa identificar grupos de clientes com perfis e necessidades semelhantes que se alinhem à sua proposta de valor.
Para o plano de negócios, você deve encontrar e listar comportamentos, paixões, crenças, interesses, hábitos e valores relevantes do seu cliente. Busque dados que expliquem o comportamento do consumidor e registre-os na ferramenta do plano de negócios.
Embora você deva conhecer a idade, sexo, localização e renda do público-alvo, essas informações não são suficientes para segmentar o mercado. É fundamental abordar o comportamento do consumidor e seus hábitos.
2. Persona do Negócio
A persona de um negócio é a representação do cliente ideal. Também conhecidas como buyer personas, são personagens criados a partir do que você já sabe e idealiza sobre seu público.
Uma dúvida comum na criação da persona e na segmentação de mercado é: como obter essas informações?
Particularmente para negócios que estão começando, os empreendedores podem questionar: como saber quem é meu cliente?
Nessa etapa, pesquisas de mercado serão grandes aliadas. Afinal, realizar uma pesquisa será decisivo para identificar seu público, avaliar como ele vê os concorrentes e entender como posicionar sua empresa no setor.
Uma boa estratégia é ir às ruas, conversar diretamente com os consumidores e entrevistar pessoas que se encaixem no perfil que você imagina para o seu negócio.
Isso ajuda a validar se o interesse por suas soluções é real. Confie nos dados das pesquisas para fundamentar essa seção crucial do seu planejamento.
3. Jornada do Cliente
A jornada do cliente é o percurso que o consumidor faz com seu negócio, desde o primeiro contato até o fechamento da compra e o pós-venda.
Essa jornada começa quando o cliente percebe que precisa do produto que você oferece, passa pela pesquisa de empresas e avaliação delas, e culmina na decisão de compra.
Mesmo após a compra, a jornada continua com interações, como pesquisas de satisfação, suporte e futuras aquisições.
Nessa jornada, você constrói uma narrativa para entender as dúvidas, dores e necessidades da persona. Esse detalhamento, no plano de negócios, ajuda a traçar estratégias para conduzir o cliente ao longo desse percurso.
Passo 3: plano de marketing
Concluída a análise do cliente e do mercado, já temos os elementos necessários para elaborar um plano essencial: o de marketing.
É por meio dele que a empresa definirá seu marketing mix e identificará seus 5 Ps:
- Produto: o que será vendido e seus diferenciais
- Preço: o valor final, levando em conta fatores internos e externos
- Praça: os locais em que a empresa vai atuar
- Promoção: como a empresa divulgará e promoverá seus produtos ou serviços
- Pessoas: como a empresa atenderá clientes, colaboradores e stakeholders
No plano de marketing, a empresa também deverá definir a oferta de valor, o segmento de clientes, os canais de distribuição, os recursos, o relacionamento com o cliente, as fontes de receita, os custos e as atividades-chave.
Em seguida, é hora de detalhar a parte de custos, traçando os investimentos a serem feitos em marketing.
Por fim, o plano de marketing deve incluir a previsão de receitas e despesas das vendas.
Um bom ponto de partida para encontrar esses números é a fase anterior, de análise do cliente e do mercado, já que os resultados de empresas similares (quando disponíveis) podem servir de referência.
Passo 4: plano operacional
O plano operacional é a parte do planejamento de negócios focada na ação.
Por meio dele, a empresa organiza todos os seus processos produtivos até que os produtos ou serviços cheguem às mãos dos clientes.
Nesse plano, são definidas as tarefas e responsabilidades de cada pessoa para que o ciclo operacional seja concluído com sucesso.
Uma ferramenta útil para sua elaboração é o método 5W2H. Sabe como ele funciona?
Basicamente, você responde às seguintes perguntas:
- What (O quê): o que precisa ser feito?
- When (Quando): a tarefa deve ser realizada agora ou futuramente?
- Who (Quem): quem será o responsável por executá-la?
- Why (Por quê): por que essa atividade é necessária?
- Where (Onde): onde ela será realizada?
- How much (Quanto): qual é o custo operacional estimado?
- How (Como): de que forma a atividade será executada?
Passo 5: plano financeiro
O plano financeiro é o coração de qualquer plano de negócios. Ele traduz em números suas ideias e expectativas, mostrando a viabilidade financeira do seu empreendimento.
O que incluir no plano financeiro?
- Projeções de receita:
- Previsão de vendas: estime a quantidade de produtos ou serviços que você espera vender em um determinado período.
- Preço de venda: defina os preços dos seus produtos ou serviços, considerando o mercado, os custos e o valor percebido pelo cliente.
- Canais de venda: identifique os canais que você utilizará para vender seus produtos ou serviços e projete a receita por canal.
- Projeções de custos:
- Custos fixos: aluguel, salários, contas de luz, água e internet são exemplos de custos fixos.
- Custos variáveis: custos de produção, matéria-prima, comissões de vendas são exemplos de custos variáveis.
- Custos iniciais: investimentos em equipamentos, marketing, estoque inicial.
- Fluxo de caixa:
- Demonstrativo de resultados: mostre a diferença entre suas receitas e custos, indicando o lucro ou prejuízo.
- Demonstrativo de fluxo de caixa: mostre a entrada e saída de dinheiro no seu negócio ao longo do tempo.
- Ponto de equilíbrio:
- Calcule o ponto de equilíbrio, ou seja, a quantidade de produtos ou serviços que você precisa vender para cobrir todos os seus custos.
- Necessidade de capital:
- Determine quanto dinheiro você precisa para iniciar e manter o negócio.
- Fontes de financiamento: Identifique as possíveis fontes de financiamento, como investimento próprio, empréstimos bancários, investidores anjo, etc.
Por que o plano financeiro é tão importante?
- Atrair investidores: um plano financeiro bem elaborado demonstra a viabilidade do seu negócio e aumenta as chances de conseguir investimentos.
- Tomar decisões: o plano financeiro te ajuda a tomar decisões mais assertivas sobre preços, investimentos e gastos.
- Gerenciar o negócio: permite acompanhar o desempenho financeiro da sua empresa e identificar possíveis problemas.
- Planejar o futuro: o plano financeiro te ajuda a planejar o crescimento do seu negócio a longo prazo.
Como avaliar seu plano de negócios?
Após construir seu plano de negócios, é fundamental avaliá-lo para garantir que ele seja robusto, realista e capaz de guiar o seu empreendimento para o sucesso. A avaliação do plano de negócios é um processo contínuo que deve ser realizado em diferentes etapas do seu empreendimento.
Primeiramente, essa análise permite identificar possíveis falhas, inconsistências e lacunas que precisam de mais atenção e detalhamento. Além disso, um plano bem avaliado aumenta a confiança dos empreendedores e investidores, oferecendo uma base sólida para seguir adiante com mais segurança.
A avaliação também é essencial para melhorar a tomada de decisões, ajudando a identificar as melhores opções estratégicas e garantindo que as escolhas sejam mais assertivas.
Por fim, ela permite acompanhar o progresso do negócio em relação às metas estabelecidas, garantindo que o planejamento esteja sempre alinhado com o crescimento desejado.
“Um plano de negócios é um guia essencial para qualquer empresa, seja ela um startup ou uma empresa estabelecida. Ele ajuda a prever desafios, identificar oportunidades e definir metas claras para o futuro.” — Tim Berry, autor e especialista em planos de negócios.
Existem várias formas de avaliar um plano de negócios de maneira eficaz. Aqui estão algumas das principais:
- Autoavaliação: faça uma análise crítica do seu próprio plano, considerando os seguintes aspectos:
- O plano é claro e conciso?
- As informações são precisas e realistas?
- As metas são desafiadoras, mas alcançáveis?
- O plano aborda todos os aspectos do negócio?
- Avaliação por pares: peça para colegas, amigos ou mentores analisarem o seu plano e fornecerem feedback.
- Avaliação por especialistas: consulte um consultor de negócios ou um especialista na área do seu negócio para obter uma avaliação mais aprofundada.
- Simulação: utilize ferramentas de simulação para testar diferentes cenários e avaliar a sensibilidade do seu plano a variações nos fatores externos.
Checklist para avaliação do plano de negócios
Recapitulando aqui está um checklist para a avaliação do seu plano de negócios, ajudando a garantir que ele esteja completo e bem estruturado:
- Resumo Executivo: é claro, conciso e persuasivo?
- Análise de Mercado: o mercado-alvo está bem definido? A concorrência foi analisada de forma completa?
- Descrição do Negócio: a proposta de valor é clara e diferenciada? O modelo de negócio é sustentável?
- Plano de Marketing: as estratégias de marketing são eficazes? Os canais de venda são adequados?
- Plano Operacional: a equipe está qualificada? Os processos estão bem definidos?
- Plano Financeiro: as projeções financeiras são realistas? O ponto de equilíbrio é alcançável?
- Análise SWOT: as forças, fraquezas, oportunidades e ameaças estão bem identificadas?
Esse checklist ajuda a verificar se todas as áreas essenciais do seu plano de negócios foram abordadas com profundidade e se o documento está pronto para ser apresentado a investidores ou parceiros.
Confira também:
Conclusão
Gerir uma empresa não é tarefa fácil, especialmente quando se considera tudo o que deve ser planejado antes mesmo da sua criação. Empreender é, sem dúvida, um processo trabalhoso, mas também altamente gratificante para quem o faz da maneira correta.
O primeiro passo é estruturar e aplicar um sólido planejamento de negócios. E você, está pensando em empreender?
Se a resposta for sim, aproveite e inscreva-se gratuitamente no curso de gestão de pessoas e negócios.
