Uma das grandes tendências do RH atualmente é a identificação do perfil comportamental dos colaboradores da empresa da qual faz parte. Isso se justifica pelo fato de que esse mapeamento proporciona uma gestão mais eficaz de profissionais e equipes.
A gestão comportamental promove maior harmonia no ambiente de trabalho, além de otimizar a alocação de talentos e o desenvolvimento de equipes. Mas ainda pode ser um desafio para o RH fazê-la com clareza, tendo em vista as diferentes metodologias comportamentais existentes e os detalhes envolvidos no entendimento de cada tipo.
Neste artigo, apresentamos 5 dicas para que você saiba como identificar o perfil dos funcionários e, consequentemente, impulsionar o desempenho organizacional. Com essas informações, gestores e profissionais de RH poderão tomar decisões mais estratégicas, melhorar a comunicação e fortalecer a cultura corporativa.
O que é perfil comportamental?
No contexto das organizações, esse mapeamento ajuda a identificar as principais tendências de ação de cada colaborador. Isso permite que gestores entendam melhor suas equipes e alinhem suas funções conforme suas aptidões.
Existem diversas metodologias de análise de perfil, como a teoria DISC, de William Moulton Marston, o MBTI, também chamado de Tipologia de Myers-Briggs, e o Profiler da Sólides. Independente da linha escolhida, todas têm o intuito de identificar padrões de comportamento assim como pontos fortes e pontos a desenvolver de cada pessoa.
A partir disso, é possível facilitar o relacionamento entre pessoas que convivem juntas, seja no trabalho ou em outros contextos, além de impulsionar o desenvolvimento pessoal e profissional.
O que faz um analista de perfil comportamental?
Um analista de perfil comportamental é um profissional especializado com certificação em identificar e interpretar os traços de comportamento das pessoas. Nas empresas, seu objetivo é promover uma melhor gestão de talentos e desenvolvimento pessoal ou profissional.
As principais funções do analista comportamental são:
- Aplicar o mapeamento aos colaboradores utilizando ferramentas e metodologias;
- Avaliar características específicas, identificando pontos fortes e competências a desenvolver;
- Comparar os resultados com as exigências do meio e dos cargos;
- Orientar profissionais em relação ao desenvolvimento de sua carreira;
- Auxiliar líderes na construção de equipes de alta performance a partir do mapeamento e identificação de forças e necessidades.
Geralmente, profissionais de RH e lideranças são os responsáveis por esse papel de analista, mas qualquer pessoa pode se certificar numa metodologia de escolha e aplicar a teoria no dia a dia, usufruindo também de seus benefícios.
Qual é a importância da gestão comportamental?
Fazer uma boa gestão comportamental é imprescindível para aproveitar ao máximo o potencial dos colaboradores, além de incentivá-los a se desenvolverem e crescerem profissionalmente. Nesse sentido, podemos perceber que as principais vantagens dessa prática incluem:
- Aumento da produtividade: As funções são melhor distribuídas de acordo com o perfil de cada colaborador;
- Melhoria no clima organizacional: A gestão promove interações mais harmoniosas, reduzindo conflitos e favorecendo a colaboração;
- Desenvolvimento de liderança: Identifica os estilos de liderança ideais, alinhando-os à cultura da empresa;
- Maior retenção de talentos: Um levantamento do LinkedIn apontou que 59% dos colaboradores consideram o oferecimento de oportunidades de desenvolvimento o principal motivo para permanecerem na organização;
- Tomada de decisões estratégicas: A gestão comportamental auxilia na escolha assertiva de talentos e na readequação de funções de forma estratégica com base em dados precisos.
Portanto, podemos perceber que a análise do perfil comportamental de colaboradores, lideranças e equipes gera um impacto positivo tanto na performance quanto na satisfação dos profissionais envolvidos.
Dicas para identificar o perfil comportamental de colaboradores e equipes
1. Teste diferentes metodologias e encontre a que melhor se adequa à sua empresa
Como você já sabe, existem várias metodologias de mapeamento comportamental, cada uma com suas próprias especificidades. Por isso, é importante que você procure conhecer um pouco de cada uma delas e encontre aquela que mais se adequa ao contexto da sua empresa.
Algumas das principais metodologias comportamentais são:
- Metodologia DISC: Distingue quatro perfis comportamentais diferentes (Dominância, Influência, Estabilidade e Conformidade), cada um com características predominantes que orientam o comportamento daqueles que se enquadram nele;
- Meyer-Briggs (MBTI): Divide os indivíduos em 16 tipos de personalidade diferentes, baseadas nas teorias do psicólogo renomado Carl Jung;
- Lumina Spark: Integra os aspectos de uma personalidade em uma roda de cores, refletindo uma gama de comportamentos que podem ser expressos em diferentes contextos;
- Sólides Profiler: Baseado no DISC e em outras 7 metodologias, conta com quatro perfis comportamentais (Executor, Comunicador, Planejador e Analista) que podem ser combinados em até 3 diferentes para definir os padrões de comportamento de um indivíduo. Foi pensado especificamente para se adequar à cultura brasileira.

2. Observe o comportamento dos colaboradores no dia a dia
Além da aplicação de testes, analisar como os colaboradores reagem a situações de pressão, como interagem com a equipe e quais são suas preferências de trabalho é uma forma complementar de entender o perfil comportamental de cada um.
Essa observação direta permite identificar padrões de comportamento que podem não ser captados por testes formais. Por exemplo, um colaborador pode demonstrar habilidades de liderança ao tomar iniciativa em projetos ou revelar uma preferência por tarefas mais estruturadas ao se destacar em atividades que exigem organização e planejamento.
Além disso, observar como os colaboradores lidam com mudanças e desafios pode revelar resiliência ou a necessidade de suporte adicional.
3. Realize entrevistas ou conversas informais com líderes e liderados
Pergunte diretamente aos colaboradores sobre suas preferências de trabalho, estilo de comunicação e como lidam com desafios. Essas conversas informais são uma ótima oportunidade para explorar nuances que os testes padronizados podem não capturar.
Somado a isso, é imprescindível também conversar com as lideranças e suas percepções em relação aos membros de sua equipe. Por exemplo, um colaborador pode expressar uma preferência por ambientes colaborativos, mas o líder pode ter percebido que ele trabalha ainda melhor em momentos de concentração individual para tarefas complexas.
Em um espaço de diálogo aberto e sem julgamentos, os colaboradores tendem a se sentir mais confortáveis para compartilhar desafios pessoais ou profissionais que podem impactar seu desempenho.
4. Avalie também as competências dos colaboradores
Para complementar a identificação de padrões de comportamento, o mapeamento de competências é uma prática bastante estratégica. Isso se deve ao fato de que o perfil comportamental, por si só, indica tendências de reação a determinadas situações, mas não se aprofunda tanto na parte das habilidades.
E por que isso é importante? Justamente porque algumas competências são, geralmente, mais comuns em determinados perfis.
Por exemplo, na metodologia Sólides, os Comunicadores costumam apresentar a habilidade de comunicação mais acentuada, o que não é uma surpresa. Por outro lado, Planejadores tendem a apresentar altos níveis de organização.
Isso significa que, ao identificar uma determinada competência mais alta em um indivíduo, torna-se mais fácil também identificar seu perfil, e vice-versa.
Vale ressaltar que o relatório Profiler destaca-se em relação às outras metodologias justamente porque, juntamente ao resultado do perfil comportamental, entrega também uma roda de competências, que mapeia o nível de 20 habilidades diferentes dos colaboradores, como você pode ver abaixo:

5. Invista em cursos sobre mapeamento comportamental
Para se tornar ainda mais especialista na identificação de perfis comportamentais, invista em cursos pagos ou gratuitos relacionados às metodologias e ferramentas relacionadas ao tema. Dessa forma, você se torna mais capacitado a analisar perfis e aplicar esse conhecimento na gestão de equipes.
Muitos cursos incluem estudos de caso, exercícios práticos e discussões interativas, que permitem experimentar diferentes abordagens para identificar os padrões de comportamento.
E isso ainda é um grande investimento em aprendizado contínuo, uma das habilidades mais requisitadas pelo mercado atual. Dessa forma, você se torna um gestor mais preparado para enfrentar os desafios de um ambiente de trabalho diversificado e em constante mudança.
Com todas essas vantagens, não deixe de conferir o curso de Gestão Comportamental da Escola de Pessoas, que traz muito mais do universo da análise comportamental para você se aperfeiçoar e aplicar essa metodologia no seu dia a dia.
O perfil comportamental na jornada do colaborador
Com a devida identificação do perfil comportamental dos colaboradores, líderes e até mesmo candidatos, é hora de colocar a mão na massa. Por isso, aqui vão algumas dicas de como essa prática pode ser estratégica na jornada do colaborador:
- Recrutamento e seleção: Conhecer o perfil dos candidatos permite atrair e selecionar aqueles que mais se adequam às exigências da vaga em aberto. Com as informações certas, é possível fazer uma descrição de cargo e um anúncio personalizados para o tipo de perfil desejado e obter mais informações relevantes nas entrevistas e fit cultural;
- Desenvolvimento e performance: Para ter resultados mais efetivos no treinamento e desenvolvimento de colaboradores, o mapeamento comportamental permite identificar os principais pontos a serem trabalhados. Além disso, é possível personalizar o programa de acordo com o perfil do público, melhorando a aderência;
- Retenção e engajamento: Reter colaboradores pode ser um grande desafio, mas a análise comportamental pode ser uma grande aliada para facilitar esse processo. Entendendo as preferências de cada perfil e usando dados estatísticos sobre o perfil predominante na empresa, é possível personalizar planos de engajamento mais adequados à maioria dos funcionários;
- Avaliação e desligamento: Aplicar avaliações de desempenho em paralelo ao mapeamento comportamental é a solução para entregar feedbacks mais assertivos relacionados à performance dos colaboradores. Além disso, as decisões de desligamento tornam-se mais justas quando se tem um apoio de dados consistentes sobre comportamento.
Conclusão
Não é exagero dizer que compreender o perfil comportamental dos colaboradores é uma prática indispensável para qualquer gestor que busca maximizar o potencial de suas equipes.
Com a identificação de características e preferências de cada indivíduo, é possível criar um ambiente de trabalho mais colaborativo, produtivo e alinhado aos objetivos do negócio.
Por isso, não deixe de investir em ferramentas e capacitações específicas, além de observar e interagir com os colaboradores. Isso é a chave para que você saiba identificar o perfil de cada um e passe a fazer uma gestão cada vez mais estratégica e eficaz.